quarta-feira, 27 de julho de 2011

Bronquite crônica





A bronquite consiste na tosse persistente por várias semanas que não apresente nenhuma causa específica aparente. Suspeita-se de uma inflamação das vias áreas, causada por agentes infecciosos ou por agentes alérgenos. Geralmente ocorrem alterações nos tecidos que revestem o trato respiratório, levando a edema (inchaço) e espessamento do local com aumento da produção de muco denso.

O sinal clínico mais marcante que verificamos é a tosse seca, comumente associada ao engasgo após a tosse que simula um quadro semelhante ao vômito. Podemos verificar também a intolerância aos exercícios, cianose (alterações na cor de mucosas e língua que passam do rosa tradicional ao azulado) e síncope (desmaio).

Alguns fatores de risco são relacionados à bronquite crônica:
1.                       Exposição prolongada aos agentes irritantes: por exemplo, pó de cimento, produtos químicos de limpeza e fumaça de cigarro;
2.                       Obesidade;
3.                       Odontopatias: doenças dentais predispõem ao aporte bacteriano para as vias respiratórias;

O diagnóstico é realizado pelo exame clínico do paciente, coleta de exames de sangue e radiografias de tórax. Dependendo da avaliação do veterinário, talvez sejam necessários outros exames para exclusão de cardiopatias. O tratamento deve ser realizado com utilização de antitussígenos, se necessário antibióticos e antiinflamatórios. É importante o monitoramento do peso do paciente e evolução do tratamento. Muitas vezes processos crônicos têm tratamento demorado com resultados lentos.

Na rotina clínica, verificamos um número grande de bulldogs com processos respiratórios crônicos. Muitos apresentam piora significativa no período de inverno, ainda mais quando associados à gripe canina (traqueobronquite infecciosa canina). Assim fica a dica de vacinação contra a gripe e observação do cão, diante de qualquer sinal anormal procure seu veterinário.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Reações alimentares (dermatológicas)



São processos pruriginosos (geram coceira) na pele, originados a partir da ingestão de substâncias alergênicas. Podem ser reações imediatas ou tardias a alimentos específicos, essas reações se manifestam através dos seguintes sinais:

1.      Prurido (coceira) em qualquer parte do corpo;
2.      Otite externa;
3.      Vômito, diarréias e gases;

Estima-se que até 15% das dermatopatias (doenças de pele) são originadas a partir de reações alérgicas aos alimentos.

Ao exame clínico verificamos alguns sintomas como crostas, escamação, eritema (vermelhidão da pele), alopecia (falta de pêlos), hiperpigmentação, escoriações, entre outros. Um fator de risco comumente encontrado é a presença de parasitas intestinais que podem lesar a mucosa do intestino, assim ocorre uma lesão do local com alta absorção de alérgenos e conseqüente reação.

Devemos diferir hipersensibilidade alimentar de outras patologias de pele como por exemplo:
1.      Hipersensibilidade à picada de pulga;
2.      Atopia;
3.      Hipersensibilidade a medicamentos;
4.      Sarnas em geral.

O tratamento é realizado com uso de drogas antipruriginosas a fim de reduzir a coceira, antiinflamatórios e antibióticos se necessários. É importante a tentativa de identificação do agente causador, eliminando alimentos extras da dieta como os petiscos e observando as reações geradas. O ideal é a adoção do uso de rações hipoalergênicas por no mínimo 60 dias exclusivamente.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Prolapso Uretral



O prolapso uretral consiste na saída da camada de mucosa interna da uretra para o exterior. Verificamos a presença do prolapso na ponta do pênis do cão na forma de um tecido vermelho/arroxeado, friável que sangra com facilidade. Muito comum no Bulldog Inglês e no Boston Terrier. Além da predisposição racial, outros fatores podem contribuir para sua ocorrência:

* influências hormonais – principalmente durante a puberdade do cão (7-8 meses);
* aumento da pressão intra-abdominal – típico das raças braquicefálicas e leva a uma maior suscetibilidade aos prolapsos e hérnias;
* infecções urinárias;
* presença de cálculos (pedras) vesicais ou uretrais.

O diagnóstico é realizado pelo exame físico e histórico do paciente. Indica-se coleta de exames de sangue, radiografia e ecografia abdominal, a fim de descartar outras patologias concomitantes. Aqueles pacientes com sangramento excessivo do local devem ser submetidos à cirurgia da correção do prolapso e de castração simultaneamente, assim reduz-se o risco de recidivas. É muito comum a ocorrência de sangramentos da mucosa no pós-operatório, assim indicam-se avaliações veterinárias diárias.

Alguns pacientes não necessitam intervenção no local do prolapso, sendo que a castração é suficiente para controle da patologia. A avaliação veterinária definirá qual a melhor opção de tratamento.

Na rotina clínica, verificamos que cerca de 5% dos cães braquicefálicos machos são acometidos por esse problema.