quarta-feira, 25 de maio de 2011

Cães em viagens de avião



Acompanhamos recentemente a perda do canino Pinpoo no aeroporto Salgado Filho em Porto Alegre. O cão ficou desaparecido por duas semanas, teria fugido da caixa de transporte e perdeu-se pelo aeroporto e imediações. Esse fato expõe o medo que temos em transportar animais em aviões, ainda mais nossos bulldogs que em função do peso nunca poderiam embarcar na cabine. Já tivemos inúmeros episódios envolvendo bulldogs em viagens de avião, e algumas companhias nacionais não aceitam transportar a raça. A maioria dos casos o ganho de causa foi do dono do Bull, mas não há recessarcimento que supere para a perda de um amigo. Assim vamos deixar algumas dicas pra quem tem que transportar seu Bull, seja pra exposições, mudança de endereço ou turismo.

1.                     Caso o Bull seja filhote e possa embarcar na cabine, reserve o quanto antes, pois as empresas de aviação limitam o número de animais embarcados;
2.                     Confirmar que o tamanho da caixa é adequado o porte do animal e se a porta da caixa de transporte é segura e fecha bem;
3.                     No caso de cães braquicefálicos desaconselhamos que viajem com panos ou cobertas, pelo risco de se enrolarem e risco de asfixia;
4.                     Identifique o bulldog colocando na peitera ou coleira os dados, assim como também coloque a identificação na caixa de transporte;
5.                     Os vôos noturnos são os mais indicados pelo menos movimento do aeroporto e por o Bull estar mais cansado e dormir melhor;
6.                     Evite alimentar o cão até 12 horas antes da viagem, assim o risco de vomitar e engasgar é menor. A água é liberada até 1 hora antes do vôo;
7.                     Caso o dono do cão embarque no mesmo vôo, avisar o piloto ou comissários que há carga viva no avião. Mesmo que teoricamente eles já saibam, não custa relembrar;
8.                     Caso o vôo faça conexão, retirar o cão da caixa de transporte e dar uma volta com ele, verificar se não quer urinar e defecar;
9.                     Não aconselhamos bulldogs que tenham patologias pré-existentes como cardiopatias a embarcar.

Documentação necessária para embarcar vôos nacionais (Revista Viagem e Turismo, maio de 2011):

1.                     Certificado de vacinação antirrábica (validade de 30 dias a 1 ano) e atestado de saúde do veterinário com 10 dias no máximo de validade;
2.                     Azul e Gol só embarcam animais com idade superior a 4 meses;
3.                     Na TAM e Avianca animais com menos de 3 meses precisam autorização do veterinário para voar;
4.                     Para pets na cabine reservar com antecedência e verificar com cada empresa aérea os requisitos;

Documentação necessária para embarcar vôos internacionais (Revista Viagem e Turismo, maio de 2011):

1.                      Providencie a documentação nacional e procure o posto do Ministério da Agricultura para emissão do Certificado Zoosanitário Internacional, valido por 10 dias;
2.                      Para vôos para UE, Japão e pela Emirates é necessário o laudo de sorologia antirábica (verifique com seu veterinário como obter);
3.                      A UE e Japão exigem cães com microchip de identificação;
4.                      Para pets na cabine reservar com antecedência e verificar com cada empresa aérea os requisitos.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Halitose (mau hálito)

É muito comum na rotina clínica a reclamação de que o cão está com hálito desagradável. Ao contrário da crença popular, problemas estomacais e pulmonares não têm influência sobre o odor da boca. A causa mais comum é a periodontopatia, ou seja, doença gerada pela presença de tártaro, placa bacteriana ou restos alimentares na cavidade bucal. Muitas vezes a presença de tártaro leva a infecções nas gengivas que chamamos gengivites, gerando assim um odor ainda mais desagradável. Eventualmente a gengivite se agrava e envolve a porção óssea da face (maxila e/ou mandíbula) gerando um quadro bastante sério. O tártaro também pode levar ao acúmulo de bactérias na gengiva e migração delas para o coração gerando um quadro chamado endocardite, que pode levar ao óbito.
Verificamos que os pacientes mais predispostos a esses problemas são os braquicefálicos (bulldogs, pugs) e raças pequenas (poodles, shih-tzu). Os sinais clínicos mais observados são halitose e arranhadura da boca com as patas. Muitos pacientes reduzem a ingesta alimentar por dor ou desconforto, principalmente os animais mais velhos.
O tratamento consiste na limpeza dos dentes (chamamos profilaxia dentária) sob anestesia. Nesse procedimento fazemos a remoção do tártaro via ultrassom e polimento dos dentes. Na maioria das vezes é necessário que o cão receba antibióticos antes e depois do procedimento a fim de evitar que as bactérias se espalhem pelo corpo via sanguínea.
A melhor forma de evitar que o cão desenvolva halitose e doenças bucais é a prevenção. Mas vale lembrar se o tártaro já está fixado, deve-se primeiro providenciar a profilaxia dentária para depois fazer a prevenção. Pode-se prevenir utilizando pastas dentais como a C.E.T ® (marca Virbac) uma vez a cada 7 dias, este produto faz uma ação bem ampla de proteção evitando que o tártaro se acumule. Outro produto chamado Aquadent ® (marca Virbac) que é misturado na água também ajuda na prevenção do tártaro e redução da halitose. É importante também atentar para alimentação do cão, alimentos muito moles tendem a se fixar mais nos dentes e promover a formação da placa dentária.

Imagem de periodontopatia severa - placas de tártaro em todos os dentes